terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Desligue o computador e vá...
Fazer uma trilha:
O MESTRE ÁLVARO, situado no município da Serra, é uma das coisas mais bonitas vistas daqui do litoral! Encarar essa caminhada de 4 horas só de ida (dependendo do seu pique!) vale muito a pena pelo visual maravilhoso e pela aventura. Para chegar ao cume do monte, que se eleva a 833m acima do nível do mar, é preciso fazer a “deliciosa” caminhada de 3km. Subindo, descendo, subindo, descendo e, por fim, subindo! É que pra chegar ao monte principal, o ponto mais alto, é preciso passar por outros dois “ombros” do Mestre Álvaro. No caminho papai do céu colocou duas fontes salvadoras para encher a garrafinha de água – portanto aproveite, não passe direto!. A parada no topo é o que há de mais belo e de mais bem vindo pra descansar e repor as forças – não se esqueça de levar fruta e sanduíche, você vai precisar!. Se bobear dá pra ver a Grande Vitória toda de lá de cima. Vila Velha, Vitória, Serra, tudo tão pequeno, tão longe, tão lá embaixo... A volta dura o mesmo tempo que a ida (dependendo do seu pique, de novo! Se você quiser pode até descer trotando, mas aí é por conta sua e do seu joelho). Para chegar mesmo ao sopé do Mestre Álvaro e começar a subida o conselho que dou é que acorde cedinho, pegue o ônibus para o Terminal de Laranjeiras e do terminal pegue o Cascata (814). Tem uma estradinha que leva até o início da trilha, mas aí sobre ela é melhor você pedir informação aos moradores. É bom que tenha um grupo legal de pessoas juntas, de umas 8 pra cima, e que vá alguém já experiente nesse percurso guiando, mas fique tranqüilo que é bem capaz que no caminho você faça um bocado de amizades.
Quando cheguei em casa (e recobrei meus movimentos e consciência... brincadeirinha!) fiquei curiosa a respeito do porquê do nome Mestre Álvaro. Mais de uma lenda e história se propõem a explicar. Aqui vão três:
“Em tempos bem antigos, na época em que a mitologia se confundia com a história, conta-se que dois jovens de tribos rivais se conheceram e, antes que soubessem de suas origens e da rivalidade que existia em suas tribos, nasceu entre eles um enorme amor. Ela era uma princesa indígena, filha do cacique que ocupava uma imensa terra onde hoje encontramos o atual município de Cariacica. Ele era um guerreiro de uma tribo que ocupava as terras hoje conhecidas como município da Serra.
Quando esse amor chegou ao conhecimento das tribos, aumentou a rivalidade entre os caciques. O pai da índia jamais aceitaria o enlace da sua filha com o inimigo de seu povo. Em conseqüência, criou-se uma barreira intransponível entre as terras das duas tribos, e os jovens não podiam de maneira alguma chegar próximo dessa divisa. Mas eles conseguiram a ajuda de uma ave misteriosa, que em horas determinadas levava o casal a pequenos montes em pontos de fronteira de suas tribos onde ambos se viam.
Continuaram assim e, passando o tempo, combinaram uma fuga. Quando chegou ao conhecimento do cacique indígena a fuga de sua filha ele reuniu todos os sábios conselheiros da tribo e um feiticeiro, que transformou os apaixonados em pedra nos referidos locais onde se avistavam. Estes se elevaram e constituíram dois lendários montes muito importantes no litoral capixaba, que conhecemos como: MOXUARA, a índia, em Cariacica, e o MESTRE ÁLVARO, o índio, na Serra. A ave, porém, compadecida de um destino tão cruel, concedeu uma trégua aos enamorados na rigidez de suas posições. Uma vez ao ano, na passagem de São João, uma ave de fogo é vista no céu passando do Moxuara ao Mestre Álvaro, e vice versa.”
Já a mais realista diz que “o Álvaro do Mestre Álvaro foi uma homenagem do fundador da Serra, Braz Lourenço, ao seu grande amigo Álvaro da Costa, filho do Segundo Governador Geral do Brasil, Dom Duarte da Costa. Álvaro era o Comandante Mestre de um navio que combatia Índios rebeldes e que passou pelo Espírito Santo entre 1556 e 1560, após diversas vitórias na Bahia. Ele e Braz Lourenço tinham vindo juntos de Portugal para o Brasil, na mesma Caravela de Dom Duarte da Costa.”
Mas a minha favorita é a que conta que “o nome ‘Mestre Álvaro’ foi dado em homenagem a um escravo que fugiu para aquelas paragens após ser perseguido pelo seu 'proprietário', quando este soube do romance em que viviam sua filha e o dito escravo. Mestre Álvaro nunca foi encontrado, e há quem diga que é possível ouvir o seu canto triste nas noites de lua cheia.”
Abraços a todos os aventureiros!
Fontes:
Vale do Moxuara
Carapina Online
Diários de Bicicleta
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