terça-feira, 10 de junho de 2008

Sir Artur, cavaleiro da Távola


Ah, Seu Artur... O Sr. não está mais entre nós, mas está... E até agora eu não arranjei tempo pra falar de você aqui, nem de fazer uma pequena e boba homenagem que fosse...

Lembro da 1ª vez em que vi seu programa, anos atrás, na casa da minha avó. Era um sábado de manhã, e eu proferia minha típica reclamação muito repetida aos finais de semana: “Só passa porcaria nessa bosta de tv!”. De canal em canal de repente me vi hipnotizada por um senhor de óculos de grau e cabelos brancos que falava de Tchaikovsky em plena TV Senado. “Quem tem medo de música clássica?”, você perguntava. Dedicava o programa para os jovens de 60 anos que o assistiam. Anotei seu e-mail, queria te dizer: “Ei, eu tenho tantos anos e adorei o seu programa!”.

Achei o máximo seu nome ser Artur da Távola. Pensei: “Que sorte a dele!”. Não me lembro se cheguei realmente a mandar um e-mail pra você. Passei a procurar seu programa todos os sábados de manhã que podia, e quando perdi minhas manhãs de sábado passei a esbarrar contigo de vez em quando pela noite, naquelas horas em que a gente fica a toa na frente da TV mudando de canal até achar alguma coisa ou não achar nada. Até hoje quando ligo a televisão vou ao canal 9, na esperança...

Você partiu, Sr. Artur. Partiu aos 72 anos, enquanto dormia. Será que seus programas continuarão passando? Nunca mais o vi... Estava de passagem pela cozinha da minha avó quando o repórter começou a falar que tínhamos perdido um grande e valoroso homem naquele dia 09 de maio, um tal Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros. Quando olhei as imagens, eram suas. Falando no Parlamento, Congresso ou sei lá onde. Artur da Távola era seu pseudônimo estiloso, genial. Descobri que além de amante da boa música era jornalista, colunista, radialista, escritor, professor, advogado e um dos fundadores do PSDB! O tucano mais honesto e amado, pelo que tive notícia. Perda tamanha! Eu nunca o conheci, acho que nunca nem o e-mail te mandei, mas surpreendentemente chorei como se fosse meu próprio avô que tivesse morrido. Doeu como se fosse um chegado meu, Seu Artur.

Só neste dia soube que até um blog você tinha, com milhares de mensagens carinhosas, milhares de jovens como eu e jovens de 60 anos contando sua admiração. Tantos que nem dava para o Sr. responder a todos. Quantas demonstrações de amor. Que bom... E quando vi aquelas tantas pessoas que não te conheciam, mas te conheciam como eu, chorando pelo mesmo sentimento que eu tinha, eu percebi.

Percebi como a sua existência havia sido maravilhosa. :)

Caramba, se no dia em que morrer eu causar comoção num sujeito lá em Alagoas... Que vida não terá sido a minha, ham!...


- Para Artur, "the once and future king."