quinta-feira, 6 de março de 2008

Coisas que gostaria de compartilhar


Parecia que ia durar pra sempre, mas as férias finalmente estão para acabar. Eu devo admitir que assisti pouco mais que a metade dos filmes que indiquei e não li nem a metade dos livros. Não tirei a carteira de motorista ainda, mas consegui começar a trabalhar. Mais de uma pessoa querida morreu nesse pouco tempo de ano, umas com tão pouco tempo de vida, e que Deus tenha a todas elas. Os dias seguem como no poema de Fernando Pessoa:

“Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.”

Eu adoro o poema, e ele é maior do que isso. Acho reconfortante quando se tratando de mim mesma, mas não quando quem parte é alguém do meu lado. Egoísta, né?

Me dei conta que o tempo tinha se passado essa semana, quando fui barrada na porta do CEFETES. Na hora tive vontade de chorar, mas depois eu entendi que o tempo está passando mesmo e que não tem porque - nem como - evitar. As polêmicas roletas da entrada, sempre muito criticadas por terem custado grana e estarem ali à toa, enfim começaram a funcionar. Obviamente eu não tinha um cartão de passe. Fui à entrada de “visitantes” e expliquei que era apenas uma ex-aluna querendo entregar um presente de aniversário ao meu amigo que ali se encontrava estudando. O funcionário, que nunca conheci porque entrou ali bem depois de mim, perguntou se eu estava com a minha carteirinha antiga. Obviamente eu não estava, e eis a história completa de como não pude entrar na escola a qual dediquei uns bons anos da minha vida, fazendo amizades e provas finais. Segundo me disseram andou ocorrendo alguns roubos lá dentro, e a roleta se tornou a nova política de controle e segurança da instituição. Regras são regras, e não devem ter exceção nem para um rostinho aparentemente inocente. Melhor assim (mesmo eu não concordando com isso na hora da frustração suprema). Fiquei uma meia hora na porta observando as pessoas entrarem, e então percebi que agora só conhecia meia dúzia delas. O tempo passou muito rápido... Chegando em casa achei a carteirinha e coloquei-a de volta na bolsa, me conheço e sei que vou precisar voltar e dar uma olhadinha no que sobrou do meu passado de vez em quando.

Feliz aniversário, amigo Jango! Haverá uma próxima oportunidade para um abraço.