domingo, 19 de outubro de 2008

Wild

Nem acredito que vou escrever no blog hoje!...

Desde a última vez que passei por aqui surgiram várias idéias e rascunhos de coisas para postar, infelizmente nenhum concretizado de fato. Falta de tempo não é desculpa, é mal do século. Quando sobra algum tempo tenho dormido mesmo, admito! QUANDO sobra, essa tem sido a minha prioridade...

Apesar de já fazer alguns, hamm, meses agora, assisti um ótimo filme que ainda está em tempo de indicar. Ele não foi muito divulgado, então provavelmente a maioria ainda não assistiu (ou não!). Se chama “Na Natureza Selvagem”, ou “Into the Wild”, e é com aquele ator que fez Speed Racer, Emile Hirsch. Foi minha mãe que alugou e, apesar da capa ser bonita, eu não estava dando nada pro filme. Quando começou, eu mergulhei na história (real) de Christopher McCandless, o jovem que largou um futuro brilhante (temos que pensar no conceito de "futuro brilhante"...) para viajar para onde bem quisesse e viver into the wild. Doando todas as suas economias para a caridade (coisa pouca, uns US$24 mil juntados a vida inteira), ele deixa pra trás estudos, carreira, casa, carro, roupas, sapatos, pai, mãe e tudo. Nas 2h30 de filme você esquece que é você, e chega a pensar que é ele! Ou então sou eu mesma que estou ficando doida. Como me identifiquei com esse cara. Ele vive de tudo que a liberdade (tão buscada!) pode lhe oferecer, desde momentos sublimes à dificuldade e solidão supremas. Conhece algumas pessoas pelo caminho, e tem um velhinho que me faz chorar. Tem também uma mensagem muito interessante MESMO sobre a família, acho que serve pra todo mundo. Não vou falar mais porque tô quase contando o final!! Esse aí da foto é o verdadeiro Christopher McCandless (por favor, não procure sobre ele no google antes de ver o filme! rs). Ah, e quem dirigiu o filme foi o Sean Penn, inspirado no livro “Into The Wild”, escrito por Jon Krakauer. Dá até vontade de ler...

Nem lembro mais o que eu ia falar depois disso! Fiquei com a história na cabeça de novo.

Mas então, ENQUANTO não vale a pena você entrar nesse blog preguiçoso e desatualizado, sugiro que dêem um pulinho no Acasos Irrisórios. Ele está de cara nova, bonitão e com uma novidade muito boa sobre essa banda querida que eu nunca pude prestigiar: o CD! Dá vontade MUITA de escutar!

Dá muita vontade de ler mais, ver mais filmes, criar mais vídeos, mexer em mais fotos, mandar mais cartas, fazer mais desenhos e mais poesias, viajar mais, dá muita vontade! Por que não?



domingo, 14 de setembro de 2008

Coisas da Ufes

CT.

IC III.

IC III.

Pedras.

Cemuni V.

Cemuni V.

Cemuni I.

Cemuni I.

Em frente à biblioteca.

Em cima da biblioteca.

Frente da reitoria.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sobre pré-adolescência, Sócrates e sei lá mais o quê


Uma das coisas mais chatas de se fazer nas férias (não sei quanto a vocês, mas que eu sempre tenho que fazer nas férias) é arrumar o meu armário... Tanto eu quanto minha mãe percebemos há um bom tempo que sou uma bela duma lixeira, que sai catando papeizinhos por aí na esperança de que eles sejam úteis um dia. Para piorar me apego a vários desses papeizinhos, que vão escapando de várias arrumações e se tornando pilhas desengonçadas no armário. Pois no meu primeiro dia de férias, que já foi há uma semana atrás, resolvi cumprir a árdua tarefa. Não porque estivesse bem disposta nem nada, e sim porque a tal pilha desengonçada desabou quando abri a porta. A parte mais difícil é jogar fora uma apostila ou um caderno antigo... São tantas boas e más poesias, desenhos, recadinhos de amigos que não mais verei... Sem dramatizar (muito), é como se estivesse jogando fora um pedaço do meu passado, das minhas memórias, de quem eu fui.

Foi daí que criei então uma pasta chamada “Recordações de quem eu fui!”. Não que isso seja uma coisa super legal. Às vezes dói ver quem a gente foi. Dói especialmente ver as coisas que eu guardei da minha época de pré-adolescência e da própria. É a pior fase que um sujeito pode passar na vida. Você acredita piamente que não é mais uma criança, e fica tentando ser jovem/adulto, coisa que não é! Complicado. Tenho pena da maioria dos pré e adolescentes quando passo por eles na rua. Muita. Pena daqueles que passam em bando rindo escandalosamente como se estivessem vivendo seus dias de glória e quisessem se certificar que todos estão escutando. Pena daqueles que estragam o filme dos outros no cinema fazendo estardalhaços pelos motivos mais bestas do mundo, só para fazer e acontecer lá também. Pena daquelas “pequenas” meninas se vestindo, maquiando e agindo como mulheres, sendo tratadas e cobiçadas como tal, achando também (e sempre) que estão arrasando. Tudo bem que quando é a minha sessão de cinema que está sendo sacaneada sinto ódio mortal ao invés de pena. Mas quando vejo esses pobres coitados lembro da minha própria fase escrota da vida (que tive que fazer um esforço imenso pra superar, sem nunca ter a certeza de ter superado!). Lembro de tudo que na época me pareceu o máximo, e que agora me dá vontade de botar fogo em todos os meus diários da quinta à oitava série.

Mas eu não coloco fogo não (na verdade acho que só fiz isso uma vez). Tenho consciência de que daqui a alguns anos minha vontade será a de queimar quase tudo que escrevo hoje... É assim que acontece. A gente amadurece a cada ano, a cada mês. E se eu sempre destruir as coisas escrotas que fui/escrevi/fiz no passado no final não restará nada das “Recordações de quem eu fui” para mostrar aos meus filhos. “Olha como a mamãe era uma completa idiota! Quer dizer... Uma bobinha!”, ou então até mesmo: “Caramba, olha como eu evoluí... Que merda essas matérias que eu escrevia”. Estava conversando sobre isso com Darshany-garota-do-casaco-verde esses dias. Ela de vez em quando tem postado no seu blog uns textos antigos (ou nem tão antigos assim) que escreveu e que hoje a fazem rir à beça. Alguns são adoráveis! É como se eu visse a Darshany adolescente que não conheci.

A vida passa muito rápido, agora, e acaba do nada, do nada mesmo. Acho que foi quando compreendi isso que me desapeguei de um monte de tralha verdadeiramente inútil que guardava no armário e guardei só o que valia a pena.

Vou aproveitar para compartilhar um texto do Frei Beto que li esses dias - e que me faz pensar até hoje. Tem a ver com o que estava falando agora, sobre guardar só o que vale a pena e se desapegar de tantas, tantas tralhas que o mundo nos oferece. O texto dirá:


“Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: ‘Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz’.”

Boa, Sócrates! Preciso me lembrar disso mais vezes.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sir Artur, cavaleiro da Távola


Ah, Seu Artur... O Sr. não está mais entre nós, mas está... E até agora eu não arranjei tempo pra falar de você aqui, nem de fazer uma pequena e boba homenagem que fosse...

Lembro da 1ª vez em que vi seu programa, anos atrás, na casa da minha avó. Era um sábado de manhã, e eu proferia minha típica reclamação muito repetida aos finais de semana: “Só passa porcaria nessa bosta de tv!”. De canal em canal de repente me vi hipnotizada por um senhor de óculos de grau e cabelos brancos que falava de Tchaikovsky em plena TV Senado. “Quem tem medo de música clássica?”, você perguntava. Dedicava o programa para os jovens de 60 anos que o assistiam. Anotei seu e-mail, queria te dizer: “Ei, eu tenho tantos anos e adorei o seu programa!”.

Achei o máximo seu nome ser Artur da Távola. Pensei: “Que sorte a dele!”. Não me lembro se cheguei realmente a mandar um e-mail pra você. Passei a procurar seu programa todos os sábados de manhã que podia, e quando perdi minhas manhãs de sábado passei a esbarrar contigo de vez em quando pela noite, naquelas horas em que a gente fica a toa na frente da TV mudando de canal até achar alguma coisa ou não achar nada. Até hoje quando ligo a televisão vou ao canal 9, na esperança...

Você partiu, Sr. Artur. Partiu aos 72 anos, enquanto dormia. Será que seus programas continuarão passando? Nunca mais o vi... Estava de passagem pela cozinha da minha avó quando o repórter começou a falar que tínhamos perdido um grande e valoroso homem naquele dia 09 de maio, um tal Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros. Quando olhei as imagens, eram suas. Falando no Parlamento, Congresso ou sei lá onde. Artur da Távola era seu pseudônimo estiloso, genial. Descobri que além de amante da boa música era jornalista, colunista, radialista, escritor, professor, advogado e um dos fundadores do PSDB! O tucano mais honesto e amado, pelo que tive notícia. Perda tamanha! Eu nunca o conheci, acho que nunca nem o e-mail te mandei, mas surpreendentemente chorei como se fosse meu próprio avô que tivesse morrido. Doeu como se fosse um chegado meu, Seu Artur.

Só neste dia soube que até um blog você tinha, com milhares de mensagens carinhosas, milhares de jovens como eu e jovens de 60 anos contando sua admiração. Tantos que nem dava para o Sr. responder a todos. Quantas demonstrações de amor. Que bom... E quando vi aquelas tantas pessoas que não te conheciam, mas te conheciam como eu, chorando pelo mesmo sentimento que eu tinha, eu percebi.

Percebi como a sua existência havia sido maravilhosa. :)

Caramba, se no dia em que morrer eu causar comoção num sujeito lá em Alagoas... Que vida não terá sido a minha, ham!...


- Para Artur, "the once and future king."

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fotos reunidas - BICHOS








ps: Se quiserem ver bichos realmente estranhos o vídeo é esse ----
25 World's Weirdest Animals



Bom feriado, amiguinhos!

terça-feira, 6 de maio de 2008

terça-feira, 29 de abril de 2008

Muito bão!

Salut, mes enfants!

Posso resumir ma vie com poucas palavras: beaucoup de coisas para ler. Como diria a garota Darshany do casaco verde: foi essa a vida que eu escolhi pra mim, afinal. Portanto sou feliz :)

A própria presenteou-me alguns dias atrás com um selinho très bacana:


Muito obrigada, Darsh! Por me lembrar que "we have to do our best" :)
Minha missão é dar o mesmo selinho para outros 7 blogs merecedores. Esses, por sua vez, deverão fazer a mesma coisa depois (ou não!). Então aí vai:

Garota do Casaco Verde – Porque é um blog muito bom, sim senhoras e senhores! Mesmo que já tenham dito isso antes, rs.
Batata Quente – Ótimas histórias.
Espaço da Clara – Uma bióloga desvairada e muito amada.
Pedacinho de Felicidade – O mundo da Bellon.
Canhem Babá Cum Cum – Um jovem rapaz que consegue ser blogueiro, físico e artista modernista ao mesmo tempo merece respeito.
O Cara da Locadora – Filmes forever.
Mente Retórica – Crônicas, poesias, política, futebol e tudo o mais que possa dar de interessante na telha.

Há muita coisa boa sendo produzida, e se antes eu me preocupava hoje eu fico mais que feliz. Cara, é a internet. Que cada um solte o que pense, faça o que goste e mostre o que crie! Tomara que sirvamos pra algo de bom.

Now, let’s work. o/

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Notinha macabra

"A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou este mês que as mudanças climáticas já são responsáveis por 150 mil mortes por ano, causadas pela propagação de doenças como malária, diarréia, desnutrição e infecções disseminadas em enchentes. Mais da metade das mortes ocorre na Ásia. A OMS também alertou que milhões de pessoas daqui para frente poderão sofrer com a pobreza, doença e fome resultantes do aquecimento global e das mudanças no regime das chuvas."

- Notícia Agora

Assisti "Amor Sem Fronteiras" hoje de novo e reparei coisas que não me lembrava mais, como por exemplo o quão incrível é o fato de as próprias autoridades governantes de um país desviarem carregamentos de alimento, remédio e outras coisas destinadas a seu próprio povo por pura safadeza, politicagem e ganância em sugar dinheiro de tudo que puder. O pior é que não acontece só lá no Continente africano e no Camboja. Não faltam lugares onde os governantes tomam à força os sacos de cereais e as caixas com vacinas das mãos do povo que tanto precisa. A diferença está no modo como eles tomam... Sem a gente nem ver, isso sim.

E, como se já não bastasse esses atravancadores miseráveis, agora ainda tem o aquecimento global. Ai de ti, raça humana.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Propaganda descarada

Gente... Quando era criancinha eu estudava num lindo e acolhedor lugar chamado Escola Cecília Meireles. Pois então, eu cresci e a escola também. Nostalgicamente agora eu trabalho lá fazendo o jornalzinho e ajudando com o site, que estamos desenvolvendo. Adoro!

Mas então... Quanto ao site... Quando puderem, dêem (esse acento foi banido da gramática, que triste) uma entradinha lá!!! =D

Clique aqui, aquiiii: Site da Escola Cecília Meireles

E se vocês algum dia tiverem filhinhos, eu recomendo essa escola pra deixá-los crescer sem preocupações! Eles serão crianças muito felizes e bem educadinhas, que nem eu (me esqueci de inteligentes e humildes) ^^

Abraço!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aos leitores, com carinho

Percebi uma coisa óbvia. Só vou atualizar meu blog com alguma freqüência quando tiver "liberdade poética" pra isso... Quando me sentir a vontade para escrever "=D", "putz", "haha" e as exclamações que forem. Para escrever desde sobre um devaneio qualquer a respeito da repetição do nº 33 na minha vida até a situação do bebedouro do cemuni. Qualquer coisa que ache que valha a pena. Sem preocupações. Porque sim, sem querer eu criei muita preocupação sobre o que escrever! E quando me resolvo tenho um trabalhão (mea culpa), procuro dado por dado, analiso frase por frase, não quero deixar o texto nem pequeno nem grande, e etc etc, e isso me deixa louca! Por isso enrolo, e por isso a coisa aqui anda a passo de tartaruga! Mas aqui demarco a libertação deste blog! Como blog livre, postarei quando quiser, sobre o que quiser, posts do tamanho que quiser! Isso não quer dizer que perdi o respeito pelos meus leitores, pelo contrário (são eles o que mais me preocupa). Vou dar o meu melhor, e acredito que as coisas vão mudar pra melhor. A participação de vocês é muito importante, e acho incrível o fato de ter leitores tão assíduos mesmo com tanta enrolação de minha parte! A vocês que me cobram postagens, e até brigam comigo, sou muito grata, verdadeiramente. Porque existem milhares de blogs no mundo, mas vocês se preocupam um pouquinho com o meu! Existem milhares de coisas que vocês poderiam estar fazendo com seu tempo (que é corrido), mas vocês reservam um pouquinho dele pra vir aqui procurar alguma coisa vez ou outra! Obrigada ^^

quinta-feira, 6 de março de 2008

Coisas que gostaria de compartilhar


Parecia que ia durar pra sempre, mas as férias finalmente estão para acabar. Eu devo admitir que assisti pouco mais que a metade dos filmes que indiquei e não li nem a metade dos livros. Não tirei a carteira de motorista ainda, mas consegui começar a trabalhar. Mais de uma pessoa querida morreu nesse pouco tempo de ano, umas com tão pouco tempo de vida, e que Deus tenha a todas elas. Os dias seguem como no poema de Fernando Pessoa:

“Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.”

Eu adoro o poema, e ele é maior do que isso. Acho reconfortante quando se tratando de mim mesma, mas não quando quem parte é alguém do meu lado. Egoísta, né?

Me dei conta que o tempo tinha se passado essa semana, quando fui barrada na porta do CEFETES. Na hora tive vontade de chorar, mas depois eu entendi que o tempo está passando mesmo e que não tem porque - nem como - evitar. As polêmicas roletas da entrada, sempre muito criticadas por terem custado grana e estarem ali à toa, enfim começaram a funcionar. Obviamente eu não tinha um cartão de passe. Fui à entrada de “visitantes” e expliquei que era apenas uma ex-aluna querendo entregar um presente de aniversário ao meu amigo que ali se encontrava estudando. O funcionário, que nunca conheci porque entrou ali bem depois de mim, perguntou se eu estava com a minha carteirinha antiga. Obviamente eu não estava, e eis a história completa de como não pude entrar na escola a qual dediquei uns bons anos da minha vida, fazendo amizades e provas finais. Segundo me disseram andou ocorrendo alguns roubos lá dentro, e a roleta se tornou a nova política de controle e segurança da instituição. Regras são regras, e não devem ter exceção nem para um rostinho aparentemente inocente. Melhor assim (mesmo eu não concordando com isso na hora da frustração suprema). Fiquei uma meia hora na porta observando as pessoas entrarem, e então percebi que agora só conhecia meia dúzia delas. O tempo passou muito rápido... Chegando em casa achei a carteirinha e coloquei-a de volta na bolsa, me conheço e sei que vou precisar voltar e dar uma olhadinha no que sobrou do meu passado de vez em quando.

Feliz aniversário, amigo Jango! Haverá uma próxima oportunidade para um abraço.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A pilha de cada um (ou Cada um carrega a sua pilha)

Acordei antes de 7h33, a hora que estava marcada para o celular despertar. Era hoje! Eu iria pegar as pilhas, a câmera, a bicicleta e finalmente realizar um projeto que estava na minha cabeça já há alguns dias. Um projeto não muito ousado nem inovador. Só queria filmar em ângulos diferentes o meu trajeto de bicicleta de cada dia e combinar a isso – no humilde Windows Movie Maker – a música do Queen, Bicycle Race (“I want to ride my bicycle, I want to ride my bike...”). Um mero curtinha.

Juro, as quatro pilhas estavam carregadas e a memória da câmera previamente descarregada, era só filmar. Torcia para que houvesse elementos e situações exótico-variadas no calçadão da praia hoje... E havia! Briga, mendigo dormindo, rede de pesca sendo puxada da água no ato, crianças, idosos, cadeira de rodas, gari e até um quase atropelamento de pedestre no início, quando ainda estava me adaptando a segurar o guidão com uma mão e a câmera com a outra.

Pronto, o vídeo estava feito, a realidade do meu trajeto era surreal por si só, se transmutava sozinha a cada pedalada, agora era só pressionar o botãozinho de novo para concluir a filmagem. Eu faria isso assim que chegasse à curvinha final, estava logo ali, eu já ia apertar...

...

A tela ficou preta. “Substitua as pilhas”. A mensagem mais odiosa da Canon A430. “Substitua as pilhas”... Eu substituí, e confirmei o que já sabia por reincidência. Tudo o que eu tinha gravado na verdade não tinha sido gravado. O ato de gravar só é consumado com o aperto final do botãozinho... MAS A CANON A430 CONSOME A PILHA ANTES DEU APERTAR O BENDITO BOTÃO, SEMPRE!!

Procurei não me desesperar, e sim tentar repetir a proeza com o par de pilhas que me restava. Já estava morta, as pedaladas mais lentas, e eis que a tela ficou preta mais cedo do que antes. Nada adiantava, nem tentar todas as combinações possíveis entre as quatro pilhas. Eu era a imagem e a face da decepção. O ombro doía, a cabeça ficou pesada no pescoço. Raiva, ódio, e enfim, substituindo os dois muito rapidamente, ela, a resignada decepção.

Lembrei da fala que tinha lido essa semana, do diretor de cinema Jean-Luc Godard, ao responder até onde vai seu amor pela arte: “Cheguei a roubar minha família para dar dinheiro a Jacques Rivette para seu primeiro filme. Roubei para ver cinema e para fazer filmes.”

A farmácia apareceu do outro lado da rua. Quantas pilhas aquelas prateleiras ocultavam... Eu não tinha um centavo, nem tampouco era Jean-Luc Godard.

Vai-se indo a era da película e vem arrombando portas a era digital. Acho que todo cineasta passa um dia pela sua própria crise da pilha descarregada, pra ter história pra contar. As coisas costumam dar errado antes de dar certo. Amanhã eu volto e tento outra vez com oito pilhas. Quero o meu curtinha.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Desligue o computador e vá...


Fazer uma trilha:

O MESTRE ÁLVARO, situado no município da Serra, é uma das coisas mais bonitas vistas daqui do litoral! Encarar essa caminhada de 4 horas só de ida (dependendo do seu pique!) vale muito a pena pelo visual maravilhoso e pela aventura. Para chegar ao cume do monte, que se eleva a 833m acima do nível do mar, é preciso fazer a “deliciosa” caminhada de 3km. Subindo, descendo, subindo, descendo e, por fim, subindo! É que pra chegar ao monte principal, o ponto mais alto, é preciso passar por outros dois “ombros” do Mestre Álvaro. No caminho papai do céu colocou duas fontes salvadoras para encher a garrafinha de água – portanto aproveite, não passe direto!. A parada no topo é o que há de mais belo e de mais bem vindo pra descansar e repor as forças – não se esqueça de levar fruta e sanduíche, você vai precisar!. Se bobear dá pra ver a Grande Vitória toda de lá de cima. Vila Velha, Vitória, Serra, tudo tão pequeno, tão longe, tão lá embaixo... A volta dura o mesmo tempo que a ida (dependendo do seu pique, de novo! Se você quiser pode até descer trotando, mas aí é por conta sua e do seu joelho). Para chegar mesmo ao sopé do Mestre Álvaro e começar a subida o conselho que dou é que acorde cedinho, pegue o ônibus para o Terminal de Laranjeiras e do terminal pegue o Cascata (814). Tem uma estradinha que leva até o início da trilha, mas aí sobre ela é melhor você pedir informação aos moradores. É bom que tenha um grupo legal de pessoas juntas, de umas 8 pra cima, e que vá alguém já experiente nesse percurso guiando, mas fique tranqüilo que é bem capaz que no caminho você faça um bocado de amizades.

Quando cheguei em casa (e recobrei meus movimentos e consciência... brincadeirinha!) fiquei curiosa a respeito do porquê do nome Mestre Álvaro. Mais de uma lenda e história se propõem a explicar. Aqui vão três:

“Em tempos bem antigos, na época em que a mitologia se confundia com a história, conta-se que dois jovens de tribos rivais se conheceram e, antes que soubessem de suas origens e da rivalidade que existia em suas tribos, nasceu entre eles um enorme amor. Ela era uma princesa indígena, filha do cacique que ocupava uma imensa terra onde hoje encontramos o atual município de Cariacica. Ele era um guerreiro de uma tribo que ocupava as terras hoje conhecidas como município da Serra.
Quando esse amor chegou ao conhecimento das tribos, aumentou a rivalidade entre os caciques. O pai da índia jamais aceitaria o enlace da sua filha com o inimigo de seu povo. Em conseqüência, criou-se uma barreira intransponível entre as terras das duas tribos, e os jovens não podiam de maneira alguma chegar próximo dessa divisa. Mas eles conseguiram a ajuda de uma ave misteriosa, que em horas determinadas levava o casal a pequenos montes em pontos de fronteira de suas tribos onde ambos se viam.
Continuaram assim e, passando o tempo, combinaram uma fuga. Quando chegou ao conhecimento do cacique indígena a fuga de sua filha ele reuniu todos os sábios conselheiros da tribo e um feiticeiro, que transformou os apaixonados em pedra nos referidos locais onde se avistavam. Estes se elevaram e constituíram dois lendários montes muito importantes no litoral capixaba, que conhecemos como: MOXUARA, a índia, em Cariacica, e o MESTRE ÁLVARO, o índio, na Serra. A ave, porém, compadecida de um destino tão cruel, concedeu uma trégua aos enamorados na rigidez de suas posições. Uma vez ao ano, na passagem de São João, uma ave de fogo é vista no céu passando do Moxuara ao Mestre Álvaro, e vice versa.”

Já a mais realista diz que “o Álvaro do Mestre Álvaro foi uma homenagem do fundador da Serra, Braz Lourenço, ao seu grande amigo Álvaro da Costa, filho do Segundo Governador Geral do Brasil, Dom Duarte da Costa. Álvaro era o Comandante Mestre de um navio que combatia Índios rebeldes e que passou pelo Espírito Santo entre 1556 e 1560, após diversas vitórias na Bahia. Ele e Braz Lourenço tinham vindo juntos de Portugal para o Brasil, na mesma Caravela de Dom Duarte da Costa.”

Mas a minha favorita é a que conta que “o nome ‘Mestre Álvaro’ foi dado em homenagem a um escravo que fugiu para aquelas paragens após ser perseguido pelo seu 'proprietário', quando este soube do romance em que viviam sua filha e o dito escravo. Mestre Álvaro nunca foi encontrado, e há quem diga que é possível ouvir o seu canto triste nas noites de lua cheia.”

Abraços a todos os aventureiros!



Fontes:
Vale do Moxuara
Carapina Online
Diários de Bicicleta