

Não lembro o que eu estava fazendo no dias 12, 13 e 14 de abril de 2002, mas tenho certeza que não estava assistindo jornal...
12/4/2002 - Oficiais militares OBRIGAM o presidente da Venezuela Hugo Chávez a renunciar (golpe de Estado), acusando-o pelas mortes durante as manifestações em Caracas. Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras, é apontado como presidente interino do novo governo de transição.
“Quer dizer que os militares haviam entregado o governo a um civil democrata? O empresário Pedro Carmona dissolveu o Congresso, destituiu todos os integrantes da Suprema Corte e ganhou mecanismos para dissolver os poderes constituídos em todos os níveis. Mas a desfaçatez do jornalismo global não tem limites. Em suma, nunca a Globo se mostrou tão venezuelana como naquela noite. Nunca interpretou tão bem seu papel de protagonista da globalização neoliberal na periferia. Poucas vezes foi tão explícita em esmagar a cidadania usando seu poder de mídia. O que nos resta, como democratas, ante a nova ofensiva midiática contra o presidente venezuelano? Juntarmo-nos aos que lutam por uma nova ordem informativa e prestar incondicional solidariedade a Hugo Chávez. Isso é o mínimo.”
Gilson Caroni Filho, na agência de notícias da América Latina, Adital
“Hugo Chávez, o homem que enfrentou as elites da Venezuela, sonhou com uma América Latina livre do domínio de Washington e trabalhou para unir os países produtores de petróleo, foi deposto e está preso num quartel. Seu governo foi liquidado pela adesão da maior parte das forças armadas a um apelo ao golpe, lançado pelos principais dirigentes empresariais. Pedro Carmona, líder da conspiração e presidente da federação empresarial mais poderosa (a Fedecamaras) foi feito ‘presidente’ esta manhã. Horas depois, dissolveu o Congresso e a Suprema Corte. Em todo o mundo, a mídia favorável ao neoliberalismo está procurando disfarçar a quartelada, preferindo falar numa ‘pressão irresistível da sociedade civil’ contra Chávez. O exame dos fatos não serve apenas para desautorizar esta versão e expor o descompromisso dos meios de comunicação com a democracia. Ele revela que jornais e cadeias de televisão foram os principais articuladores da trama contra o presidente eleito. A mídia atuou como pivô da quartelada e quer agora vender ao mundo a imagem de um ‘movimento cívico’ contra o presidente.”
Antonio Martins e Daniel Merli, no Centro de Mídia Independente
Não estou aqui para defender Hugo Chávez. A história vai muito além do que se lê, e quem sou eu para conhecer e compreender tudo. Mas estou aqui principalmente para defender algo muito valioso que escutei ontem:
JAMAIS SE CONTENTE COM UMA VERSÃO SÓ.
12/4/2002 - Oficiais militares OBRIGAM o presidente da Venezuela Hugo Chávez a renunciar (golpe de Estado), acusando-o pelas mortes durante as manifestações em Caracas. Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras, é apontado como presidente interino do novo governo de transição.
13/4/2002 - Apoiado por militares simpatizantes de Chávez e indignados com a situação irregular imposta ao país, o vice de Chávez, Diosdado Cabello, assume a Presidência, força a renúncia de Carmona e diz que fica no poder até que Chávez reapareça para assumir suas funções ou renunciar oficialmente à Presidência.
14/4/2002 - Durante a madrugada, após dois dias “afastado” (sim, a palavra mais adequada seria seqüestrado), Hugo Chávez reassume o governo da Venezuela aclamado pela população.
Comentários da GRANDE MÍDIA na época (comemorando e pegando carona no golpe):
"'Num pedaço do mundo onde a democracia ainda é uma experiência recente, Hugo Chávez frustrou milhões de eleitores em seu país com promessas que não poderia cumprir. Que sirva de alerta aos brasileiros neste ano de eleição.”
Fernando Abrúcio (cientista político da Rede Globo, alertando contra a candidatura Lula) no Jornal Nacional
“O estilo mandão de Chávez prova que a era do populismo não funciona, e olhe que ele tinha um formidável caixa para distribuir, devido ao fato de a Venezuela ser um grande produtor de petróleo. Na verdade, Chávez prova uma lição que o restante da América do Sul aprendeu já há algum tempo: quem trata a democracia como ele tratou, desrespeitando instituições e preferindo mandar com a bota em vez de dialogar, não deve ficar espantado ao ser varrido do poder."
William Waack, no Jornal da Globo
"Eu ia dizer que a América Latina estava se 'rebananizando', com o Hugo Chávez no seu delírio fidelista, com a Colômbia misturando guerrilha e pó, abrindo a Amazônia para ações militares americanas e com a Argentina legitimando o preconceito de que latino não consegue se organizar. Os norte-americanos não conseguem nos achar sérios e democratas. É mais fácil nos rotular de incompetentes e ditatoriais. Mas aí, hoje, o Chávez caiu. Só que os militares entregaram o governo a um civil democrata. Talvez a América Latina tenha entendido que a idéia de romper com tudo, do autoritarismo machista, só dá em bananada. Temos que nos defender, sim, da atual arrogância imperial americana. Mas a única maneira será pela democracia radical. Por isso acho boa notícia a queda do Chávez. Acordamos mais fortes hoje e eu já posso 'desbananizar' a América Latina. Para termos respeito da América e do mundo temos de ser democráticos. Tendo moral pra dizer não".
Arnaldo Jabor (e sua bufonaria habitual) no Jornal Nacional
Algumas falas da MÍDIA ALTERNATIVA:
"'Num pedaço do mundo onde a democracia ainda é uma experiência recente, Hugo Chávez frustrou milhões de eleitores em seu país com promessas que não poderia cumprir. Que sirva de alerta aos brasileiros neste ano de eleição.”
Fernando Abrúcio (cientista político da Rede Globo, alertando contra a candidatura Lula) no Jornal Nacional
“O estilo mandão de Chávez prova que a era do populismo não funciona, e olhe que ele tinha um formidável caixa para distribuir, devido ao fato de a Venezuela ser um grande produtor de petróleo. Na verdade, Chávez prova uma lição que o restante da América do Sul aprendeu já há algum tempo: quem trata a democracia como ele tratou, desrespeitando instituições e preferindo mandar com a bota em vez de dialogar, não deve ficar espantado ao ser varrido do poder."
William Waack, no Jornal da Globo
"Eu ia dizer que a América Latina estava se 'rebananizando', com o Hugo Chávez no seu delírio fidelista, com a Colômbia misturando guerrilha e pó, abrindo a Amazônia para ações militares americanas e com a Argentina legitimando o preconceito de que latino não consegue se organizar. Os norte-americanos não conseguem nos achar sérios e democratas. É mais fácil nos rotular de incompetentes e ditatoriais. Mas aí, hoje, o Chávez caiu. Só que os militares entregaram o governo a um civil democrata. Talvez a América Latina tenha entendido que a idéia de romper com tudo, do autoritarismo machista, só dá em bananada. Temos que nos defender, sim, da atual arrogância imperial americana. Mas a única maneira será pela democracia radical. Por isso acho boa notícia a queda do Chávez. Acordamos mais fortes hoje e eu já posso 'desbananizar' a América Latina. Para termos respeito da América e do mundo temos de ser democráticos. Tendo moral pra dizer não".
Arnaldo Jabor (e sua bufonaria habitual) no Jornal Nacional
Algumas falas da MÍDIA ALTERNATIVA:
“Quer dizer que os militares haviam entregado o governo a um civil democrata? O empresário Pedro Carmona dissolveu o Congresso, destituiu todos os integrantes da Suprema Corte e ganhou mecanismos para dissolver os poderes constituídos em todos os níveis. Mas a desfaçatez do jornalismo global não tem limites. Em suma, nunca a Globo se mostrou tão venezuelana como naquela noite. Nunca interpretou tão bem seu papel de protagonista da globalização neoliberal na periferia. Poucas vezes foi tão explícita em esmagar a cidadania usando seu poder de mídia. O que nos resta, como democratas, ante a nova ofensiva midiática contra o presidente venezuelano? Juntarmo-nos aos que lutam por uma nova ordem informativa e prestar incondicional solidariedade a Hugo Chávez. Isso é o mínimo.”
Gilson Caroni Filho, na agência de notícias da América Latina, Adital
“Hugo Chávez, o homem que enfrentou as elites da Venezuela, sonhou com uma América Latina livre do domínio de Washington e trabalhou para unir os países produtores de petróleo, foi deposto e está preso num quartel. Seu governo foi liquidado pela adesão da maior parte das forças armadas a um apelo ao golpe, lançado pelos principais dirigentes empresariais. Pedro Carmona, líder da conspiração e presidente da federação empresarial mais poderosa (a Fedecamaras) foi feito ‘presidente’ esta manhã. Horas depois, dissolveu o Congresso e a Suprema Corte. Em todo o mundo, a mídia favorável ao neoliberalismo está procurando disfarçar a quartelada, preferindo falar numa ‘pressão irresistível da sociedade civil’ contra Chávez. O exame dos fatos não serve apenas para desautorizar esta versão e expor o descompromisso dos meios de comunicação com a democracia. Ele revela que jornais e cadeias de televisão foram os principais articuladores da trama contra o presidente eleito. A mídia atuou como pivô da quartelada e quer agora vender ao mundo a imagem de um ‘movimento cívico’ contra o presidente.”
Antonio Martins e Daniel Merli, no Centro de Mídia Independente
Não estou aqui para defender Hugo Chávez. A história vai muito além do que se lê, e quem sou eu para conhecer e compreender tudo. Mas estou aqui principalmente para defender algo muito valioso que escutei ontem:
JAMAIS SE CONTENTE COM UMA VERSÃO SÓ.