sábado, 15 de setembro de 2007

Um minuto para poesia capixaba

Caridade

Bateram à porta.
Era ela: a miséria.
Trazia nos braços um filho
e a fome nas faces encovadas.
Torturas de frio
nos membros da carne.
Nos olhos vazios,
os dias sem nada.

Dou-lhe leite
para o filho;
um prato de feijão
para a fome,
casaco de lã,
mangas raglã
que um dia foi chic.

E o Vazio?

Não posso minorar

os males do mundo.
Limitada
por mil razões,
convicções,
frases feitas.

Caridade existe? Não!
- Egoísmo, disfarçado num pedaço de pão.

Marilena Soneghet Bergmann

(Nas asas do vento)

2 comentários:

Unknown disse...

comentário exdrúxulo, mas aposto que o nome dela era Soneguete, e ela mudou pra ficar artístico.

Unknown disse...

acho que hoje é dia da árvore..