
Li esse termo no “Manual da Redação”, uma pérola publicada pela Folha de São Paulo. Devo admitir ainda não ter passado nem da vigésima página, mas de cara o que mais me chamou a atenção foi a tal da cacofonia da comunicação.
Houve um tempo em que ter acesso à informação era um privilégio para poucos. Meu avô, a titulo de exemplo, quando comprou sua primeira televisão em cores acabou virando a grande sensação entre os vizinhos. Os tempos mudaram, e como. Hoje já não se reclama mais da falta de comunicação, mas sim do excesso inassimilável dela. A todo segundo são tantas opções de informação vindas de tantos lugares que você passa a acreditar (e temer) que as únicas maneiras de conseguir um descanso sejam se trancar num quarto vazio ou fugir para alguma ilha deserta no Pacífico.
Assim como não dá para ler nessa vida todos os livros que me interessei pelas livrarias e bibliotecas afora até hoje, também não dá para conferir todos os jornais que gostaria, nem todas as revistas, os programas, os sites ou os blogs. São incontáveis, e estão todos aí disputando a nossa atenção, o nosso precioso tempo... Até, digamos, ontem, isso me fazia sentir recuada, ofendida, soterrada.
“Quem eles pensam que são?!”
“Eu não quero saber sua opinião sobre a prisão do prefeito de Camaçari!”
“Mas que diabos esse sujeito tava querendo enfiando a câmera na cara do Russel Crowe assim?! Credo...”.
Em grande parte do tempo a mídia simplesmente me parece odiosa. O que me faz querer ser jornalista então? Aquela frase genial do Centro de Mídia Independente: “Odeia a mídia? Seja a mídia!”.
Mas voltando à cacofonia da comunicação... Contra todas as expectativas, enfim percebi que essa variedade toda não pode ser ruim. Pelo contrário. Com tantas fontes, tantas possibilidades, cada um pode escolher livremente segundo seus interesses e preferências o que buscar, em quê se aprofundar. É justo, e não sufocante afinal.
Este mês comemora-se o Dia das Comunicações Sociais. Admito ainda não saber exatamente quando foi isso, pois cada fonte diz uma coisa diferente (uma das desvantagens de todo mundo agora poder espalhar informações a torto e a direito... até eu). Aproveitando o embalo nessa semana está acontecendo um seminário muito, mas muito legal mesmo em alguns estados:
“A Constituição do Comum – Comunicação e Cultura na Cidade”. Capixabas, alegrem-se! Tem aqui também! Se eu fosse vocês daria uma conferida no site agora mesmo:
Ainda está em tempo de participar, a programação vai até sexta-feira. Nos vemos lá!